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1/ 10/ 2019

Português imigrou aos 7 anos para conhecer o pai e se estabelecer em Santos

As lembranças da infância de Beira Alta, no distrito de Coimbra, em Portugal, estão mais distantes. Afinal, o empresário Antonio Baltazar Garcia tinha apenas 7 anos quando chegou a Santos. Mas, a história da família, assim como as de muitos portugueses que imigraram para o País, é repleta de desafios e superação.


Dono de uma retífica no Centro, ele é um dos milhares de representantes da comunidade portuguesa que estarão representado no 1º Festival do Imigrante de Santos.

Cerca de 1 milhão de portugueses cruzaram o oceano até a década de 1960. Garcia desembarcou no Rio de Janeiro em 1947, após uma longa jornada de 13 dias. Mais do que mudar de país, a viagem foi cercada de uma expectativa maior: conhecer o pai, que deixou a esposa grávida quando decidiu vir para o Brasil em busca de novas chances de vida.

Em Santos, o pai de Garcia, já instalado como estivador, fez o mesmo que muitos outros portugueses: comprou uma padaria, no Marapé, e foi morar com a família na parte de cima do imóvel. Tempos depois, vendeu e comprou outra. E, em meio à vida empreendedora, visitava Portugal anualmente com a esposa, mas o filho só conseguiu retornar cerca de 40 anos depois. ‘’Vivemos anos difíceis aqui até nos estabelecermos’’, lembra.

Viúvo e pai de dois filhos, Garcia, que está com 79 anos, trabalha com uma retífica de motores no Centro e sente que Santos é sua casa. ‘’Eu gosto de Portugal, é uma delícia de país e lá as coisas são bem diferentes. Mas vim muito pequeno para cá e fui muito bem acolhido pela Cidade. Não troco por nada’’.

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