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5/ 08/ 2019

Bonde Japonês será mais um atrativo do Centro Histórico de Santos

Ele até já se movimenta. Por enquanto, apenas sobre os trilhos da garagem do Valongo. Mas, nos próximos meses, poderá ser visto circulando e transportando passageiros. É o Bonde Japonês, um carro da década de 50, doado à Prefeitura de Santos pelo governo de Nagasaki que, após completo restauro, vai ampliar a frota de elétricos e tornar ainda mais atraente a Linha Turística do Centro Histórico.

  

Grande parte do trabalho de restauração, que tem à frente a equipe especializada da Companhia de Engenharia de Tráfego (CET-Santos), está concluída. Toda a mecânica e elétrica do veículo foram revistas e receberam as adaptações necessárias.

  

No momento, é preparado para pintura. Assim como a aplicação da tinta, os serviços que antecedem também são minuciosos e realizados manualmente. Diariamente, três profissionais estão exclusivamente voltados a essa tarefa.

  

Orgulho

Entre os serviços em andamento, um dos profissionais usa um martelinho para, cuidadosamente, localizar pontos de corrosão encobertos na lataria sob o antigo revestimento. De acordo com a dimensão dos danos da ferrugem, há aplicação de massa ou mesmo reparo utilizando chapas galvanizadas.

   

"Essa etapa preparatória inclui lixar o veículo. “É um trabalho delicado. Precisa ser feito com cuidado e atenção para não deixar escapar nada e, depois, para que a pintura possa ser feita de forma perfeita”, diz Maria Aparecida, que em dez anos de CET já trabalhou no restauro de outros bondes. Luzinélia, ou simplesmente Nélia, como é chamada pelos colegas, também. A diferença é que desta vez está atuando com o pessoal da pintura. "Estou ajudando e aprendendo algo novo", conta, já admitindo o orgulho de todos com o resultado final. “A gente sempre se emociona quando o bonde fica pronto, todo restaurado, e começa a circular”.

  

Há outras mulheres no grupo, que reúne profissionais de marcenaria, carpintaria, elétrica e mecânica. São eles os responsáveis por praticamente todo o trabalho envolvendo a restauração e, depois, a manutenção permanente dos bondes da linha turística - há sete em operação.

  

No caso do elétrico japonês, apenas o serviço de redução da bitola para adaptação à rede de trilhos da Cidade foi executado por empresa contratada via licitação. "É sempre um trabalho complexo fazer o restauro. Com o andamento, vamos encontrando surpresas, desafios para os quais temos que buscar soluções", ressalta o engenheiro Marcos Rogério Nascimento, gerente de manutenção e serviços da CET.

  

Invisível

Toda restauração requer pesquisa histórica. A regra vale também quando se trata do acervo de bondes de Santos. Em relação ao veículo vindo do Japão, muitos dados, desde data e local de fabricação, material utilizado na produção das peças etc., foram levantados para subsidiar os trabalhos, de forma a preservar as características originais do elétrico. Assim será também com a etapa que, junto com a pintura, pode ser considerada a final de todo o processo. "Digo que é a fase invisível"”, diz Marcos Rogério. "Trata-se da reprodução dos adesivos que serão estampados nas partes interna e externa do veículo. “Quando bonde chegou, fotografamos tudo e agora vamos reconstituir esses painéis em todos os seus detalhes e com uma dificuldade a mais que é a questão da língua”.

 

O encarregado de mais essa missão será Ademilson Alvaro, também da equipe, que desenvolverá o trabalho com recursos de computação.

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