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3/ 02/ 2020

Sistema de bondes de Santos impressiona engenheiro mecânico holandês

O engenheiro mecânico holandês Taco Tjeerd Yap, 30 anos, resumiu em uma palavra sua visita à Garagem do Bonde Roberto Mehanna Khamis: "Impressionante!". Na cidade para reencontrar a namorada Thirsa Stijnman, filha de uma santista, ele insistiu em conhecer as instalações da garagem, que funciona ao lado da Estação do Valongo, no Centro Histórico. "Gostei de ver os carros ferroviários históricos e os diferentes bondes doados por outros países", afirmou, comentando ter-lhe chamado a atenção o trabalho de recuperação dos veículos, "muito bem reformados", e a existência de um elétrico que oferece degustação de café aos passageiros.

  

Como técnico da área, o engenheiro mecânico da empresa NS (Nederlandse Spoorwegen, responsável por todos os trens da Holanda) afirma que o mais interessante do passeio à garagem foi conhecer o local de trabalho das equipes da CET. "A garagem é especialmente impressionante, não apenas por causa dos diferentes bondes e carros ferroviários, mas também pelo fato de se conhecer o processo  de recuperação, ver os veículos inacabados, as peças e o maquinário." E foi justamente no maquinário que ele mais se deteve, analisando demoradamente as peças e chegando a abaixar-se para avaliar a plataforma dos bondes.

  

Trabalho voluntário

Seu interesse é mais do que justificado.  Ele trabalha em Utrecht, a 69km de Haia, cidade em que mora. Nela existe o Museu dos Bondes da Holanda, onde, religiosamente aos sábados, desde os 13 anos de idade, Taco realiza trabalho voluntário. "Faço manutenção e restauração de bondes de Haia, junto com uma equipe de três a quatro pessoas. Geralmente são bondes anteriores à Segunda Guerra Mundial. Além disso, também faço um pouco do gerenciamento de projetos e do planejamento de trabalho, compras de peças e concessão de subsídios, entre outras tarefas."

  

Como o trabalho é voluntario, é possível, na Holanda, comprar as peças para as reformas com subsídio e com o dinheiro da locação dos bondes restaurados para eventos, casamentos e aniversários, e também da venda de bilhetes para passeios nos bondes histórico-turísticos de Haia, restaurados pela equipe."

  

Amor hereditário

Apaixonado por bondes e trens, Taco brinca que esse amor é "hereditário". Tanto que seu irmão gêmeo curte a mesma paixão e hoje trabalha como maquinista dos bondes turísticos - ele já recebeu o rei Guilherme Alexandre e a rainha Máxima, da Holanda, para um passeio. "Quando crianças, nosso quarto tinha vista para a linha de bonde e passávamos horas vendo-os passar." 

  

Aos quatros anos de idade, os irmãos conheceram o Museu do Bonde e o trabalho de restauração realizado por voluntários. "Desde então, fazíamos nossos pais nos levar regularmente ao museu, onde comecei o trabalho voluntário limpando bondes." Hoje Taco é o responsável pela restauração técnica e manutenção dos elétricos. Na visita à garagem do bonde, Taco esteve acompanhado da namorada e de sua mãe, Silvia Helena Guedes, que atuaram como intérprete.

  

Imagem: Rosangela Menezes

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