Segmento turístico de valor inegável e interesse crescente em todo o mundo, e, em Santos, uma história que remonta à fundação da antiga vila, em 1546. Cercadas de lendas, histórias de bravura e resistência, e sobretudo de muita fé, são o retrato vivo da devoção do povo santista, que, cosmopolita, desde sua origem convive em harmonia com a diversidade de povos, costumes e credos.
Santuário de Nossa Senhora do Monte Serrat
A capela de Nossa Senhora do Monte Serrat, oficializada em 1599, foi construída por ordem do governador dom Francisco de Souza, espanhol devoto da santa, padroeira de Barcelona. A história registra que, em 1614, quando o corsário holandês Joris von Spilbergen invadiu a vila, parte da população fugiu para o morro. Ao tentar persegui-la, os corsários foram soterrados por terra e pedras que caíram da montanha. O povo atribuiu o fato a um milagre de Nossa Senhora do Monte Serrat, o que acabou por torná-la padroeira da cidade. Sob responsabilidade dos monges beneditinos desde 1652, a capela passou por descaracterizações ao longo dos séculos. As obras entregues em 2011, 165 anos depois da última reforma, conservaram a configuração existente no século 18.
Igreja de Nossa Senhora do Rosário
Com nave em mármore colorido, a igreja é uma das mais belas e antigas de Santos, cuja origem remonta à capela onde se escondiam escravos foragidos, erguida por volta de 1756. A Irmandade de Nossa Senhora do Rosário dos Homens Pretos (escravos), entretanto, foi formada em 1652 – desfeita em 2008 - e dispunha de um altar na antiga igreja matriz, remanejado em função de obras no século XVIII. Com a demolição da antiga matriz, a Igreja do Rosário passou a ser a principal da cidade, status que manteve por 15 anos, até 1924, quando foi inaugurada a Catedral.
Capela Nossa Senhora do desterro - Museu de Arte Sacra
O complexo arquitetônico beneditino, composto pela Igreja de Nossa Senhora do Desterro e o antigo Mosteiro de São Bento, é hoje o Museu de Arte Sacra de Santos. Ele foi inaugurado em 11 de julho de 1981, por iniciativa do então bispo diocesano Dom David Picão.
O acervo reúne mais de 600 peças sacras e religiosas, de cunho erudito e popular do século XVI ao XX, entre esculturas, pinturas, objetos litúrgicos e indumentárias. Faz parte do acervo a imagem mais antiga do Brasil com autor conhecido: a de Nossa Senhora da Conceição, datada de 1560, de João Gonçalo Fernandes.
Santuário de Santo Antônio do Valongo
De grande riqueza arquitetônica e história marcada por um milagre, o Santuário de Santo Antônio do Valongo, de 1640, é umas das primeiras igrejas do país e o segundo conjunto mais antigo de Santos. Em estilo barroco, possui paredes revestidas por murais de azulejos dos anos 1930 e, no altar-mór, um dos poucos tronos rotativos do país, com a Santíssima Trindade de um lado e, do outro, o ostensório para a Adoraçao Perpétua. Anexa à igreja, encontra-se a Capela da Venerável Ordem Terceira de São Francisco, de 1691, onde está exposta uma imagem de São Francisco, em estilo barroco e tamanho real, orando diante de um Cristo Místico de Seis Asas.
Conjunto do Carmo
Patrimônio nacional desde 1940, o Conjunto do Carmo é considerado um dos mais antigos relicários do barroco brasileiro - são duas igrejas unidas por torre com campanário, revestida de azulejos marianos originais do século XIX, fachada incomum nesse período.
No pináculo da torre, está a figura de um galo de ferro, que representa a fraqueza humana citada na Bíblia, quando Pedro nega Jesus três vezes. As igrejas estão separadas por um corredor que dá acesso à Rua Itororó nº 2, formando uma viela sem saída, a única do centro santista.
Catedral
Edificada em estilo neogótico, é a sede da Paróquia de Nossa Senhora do Rosário. A catedral começou a ser construída em 1909, foi inaugurada em 1924, mas concluída apenas em 1967. Na fachada, estão duas imagens em granito natural, representando São Pedro e São Paulo, e, mais acima, estão as figuras dos profetas Isaías, Jeremias, Ezequiel e Daniel, tendo ao lado quatro evangelistas.
Basílica Menor de Santo Antônio do Embaré
Em imponente estilo neogótico, a igreja foi inaugurada em 1945, sendo elevada pelo papa Pio XII, em 1952, à categoria de basílica. Sua origem remonta a uma pequena capela erguida em 1875 por Antônio Ferreira da Silva Jr., o Visconde do Embaré, e esposa, tendo sido entregue em 1913 aos frades franciscanos, que iniciaram a nova edificação em 1930.
Sobre a entrada principal uma composição clássica mostra Santo Antônio recebendo o Menino Jesus das mãos da Virgem. Curiosamente, a imagem de São Pedro - que deveria estar à direita de quem sai, por ser ele o apóstolo à direita de Cristo - localiza-se à esquerda, enquanto São Paulo fica à direita. Na parte interna, os 18 metros de pé direito são cobertos por afrescos de Pedro Gentili, que preenchem todos os espaços do templo. Eles foram executados em 1946 e restaurados em 2001. Ladeado por dois anjos esculpidos em madeira, o magnífico órgão conta com cerca de 3.800 tubos.